Expoentes da comunidade LGBTQ+, Dadds e Brisalicia lançam a faixa Nunca Ouvi Um Homem Falar Assim

Expoentes da comunidade LGBTQ+, Dadds e Brisalicia lançam a faixa Nunca Ouvi Homem Falar Assim – Foto: Reprodução

Dadds acaba de lançar em seu canal do Youtube e em todas as plataformas digitais a canção Nunca Ouvi Um Homem Falar Assim, em parceria com o produtor paulista Brisalicia.

A faixa mistura elementos do synth-pop a graves intensos e sobressalentes, que ajudam a construir a atmosfera obscura da canção.

A narrativa de Nunca Ouvi Um Homem Falar Assim, abreviada NOUHFA, foi construída como um alerta sobre os “messias da pátria”, que buscam manipular a sociedade por meio de falsas promessas, induzindo ao medo e a noção de impossibilidade, conforme afirmou o cantor e compositor em declaração enviada ao CENAPOP.

Escrevi esta música depois de ler muito sobre o assassinato em massa promovido por Jim Jones. Basicamente, o cara manipulou todos seus fiéis e os fez tomar veneno para que pudessem explicitar respeito à sua figura. Bizarro, né?

“As pessoas ficaram cegas a ponto de tirarem a própria vida em prol das vontades de um quase desconhecido. Depois disso, me peguei pensando: ‘Tem vários Jim Jones por aí afora’, desde às igrejas até à presidência do Brasil”, completou Dadds.

No meio desse processo, ele conheceu Brisalicia, com quem criou a narrativa melódica da canção. Foi um processo longo, que valeu a pena, segundo o próprio produtor comentou.

A música surgiu de uma mistura de elementos dos primórdios da música eletrônica com elementos do pop contemporâneo. Para essa mistura dar liga, trouxemos um pouco do pós-punk e do industrial, com algumas brasilidades aqui e ali. Costurando isso tudo, a letra consegue transportar para um espaço obscuro e misterioso.

O vídeo, inteiramente produzido por Visual Gabe, fomenta a história e liga os pontos, trazendo referências visuais para as várias interpretações que a faixa pode ter. Assista:

“O vídeo foi feito buscando questionar o que as pessoas consomem como verdade, como válido e como elas usam essas teorias para invalidar outras vivências. Vivemos num mundo completamente moldado dentro de um “ideal a ser seguido” e ele – que é vendido como “verdade absoluta” por grandes estruturas – não abraça todo mundo”, pontuou Gabe.

A produção de todo material foi 100% independente, sem qualquer recurso financeiro, e todos os artistas nela envolvidos fazem parte da comunidade LGBTQ+. A canção já está disponível em todas as plataformas digitais.